domingo, 16 de maio de 2010

Guto Lacaz


Nasceu em São Paulo, em 1948. É arquiteto pela FAU/USP e artista plástico. Em seu conjunto de obras podemos encontrar esculturas lúdicas, videoinstalações, multimídia, eletroperformances, projetos e instrumentos científicos. Participou de diversos eventos, entre eles SKY ART na USP (1986), e Water Work Project, Toronto, Canadá (1978). Lecionou comunicação visual e desenho de arquitetura na Faculdade de Artes Plásticas da PUC/Campinas, em 1978-80. Foi professor do curso A Técnica e a Linguagem do Vídeo, no festival de inverno de Campos de Jordão, em 1983. Foi editor da revista Around AZ.

Dentre seus inúmeros trabalhos, os que mais me chamaram a atenção foram: o relógio lúdico, que difente do comum não marca a hora como os outros; o Eletro Esfero Espaço de 1986
“Minha primeira instalação consistiu de vinte e seis aspiradores de pó dispostos em duas linhas de treze unidades cada, de maneira a produzir ar sob pressão fazendo com que 26 esferas flutuem no ar. Na entrada, o visitante recebe um "walk man" com a trilha sonora "Tannhauser" de Richard Wagner e atravessa o corredor pelo tapete vermelho. Este trabalhoproduz grande felicidade para os que o vivenciam, pois cada um se sente homenageado por esta guarda de honra inusitada”. A sensação que causa parece indescritível. O fato das
bolinhas flutuarem apenas com o uso do aspirador de pó simbolizando a guarda de honra é muito interessante. O efeito que cria, a escolha da música e do tapete vermelho realmente parecem criar uma ótima sensação.


Outro trabalho interessante, da categoria objetos, é o chamado A Terceira Margem do Rio, inspirado na obra de Guimarães Rosa, da qual vale a pena saber a história: trata de Um homem de meia-idade que deixa sua familia e amigos para viver isolado em uma canoa no meio de um rio, na região central do Brasil, e jamais volta a pisar em terra firme. Seu único contato com as pessoas acontece através de seu filho Liojorge, que lhe deixa comida na margem do rio. Os anos se passam e a filha Rosário casa com um rapaz da região e vai morar na cidade. O filho também casa, mas decide permanecer com a mãe e continuar levando diariamente a comida para o pai invisível. Quando nasce Nhinhinha, a filha de Liojorge, e que tem poderes mágicos, o rapaz resolve levá-la até a beira do rio para apresentá-la ao pai. A obra consiste em dois barcos coloridos e um espelho que reflete um dos barcos fazendo parecer que são três. O interessante nesse trabalho é que um barco foi pintado com duas cores, de modo que com o espelho ficou parecendo dois barcos. Outro ponto positivo e comum em seus trabalhos é a possibilidade de interação.

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